"Ler é sonhar pela mão de outrem. Ler mal e por alto é libertarmo-nos da mão que nos conduz. A superficialidade na erudição é o melhor modo de ler bem e ser profundo."
Bernardo Soares
Livro do Desassossego

sábado, 15 de fevereiro de 2014

O Segredo de Afonso III, de Maria Antonieta Costa


Este romance histórico tem tudo para ser um bom livro dentro do seu género. Contudo, não o é, apesar desta ser só a nossa opinião, que vale o que vale.

Tem um bom argumento, que gira em torno da corte de Afonso III, estando o monarca no seu leito de morte. Remete para um conjunto de intrigas palacianas, que envolvem o monarca, os seus mais próximos súbditos, uma moura sua barregã e até chega a ser referido Pedro Hispano, ou Papa João XXI, único português de facto que exerceu o cargo de Sumo Pontífice.

A obra revela profundos conhecimentos históricos, ou não fosse a autora uma historiadora. É narrada a dois tempos, no tempo de Afonso III, em que é contada a intriga pela barregã Moura que faz um frade do Convento de S. Vicente de Fora registar num pergaminho as suas preocupações. Ao mesmo tempo, no presente, esse mesmo pergaminho é descoberto no arquivo do Vaticano, por uma investigadora portuguesa.

Então o que falha? A escrita. É uma escrita escorreita, de fácil leitura, sem dúvida alguma. No entanto, é uma escrita pouquíssimo refinada para o estilo de obra que se trata. Apesar da forma de escrita ser o principal elemento da produção de um livro, outros elementos importantes, como a imaginação e originalidade, estão forte e distintamente presentes na obra. Temos de ter em consideração que é o primeiro romance da autora, e esperemos que a sua evolução lhe traga um apuramento da escrita. 

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