Este
é o terceiro livro da trilogia “Jogos da Fome”. Foi lançado em agosto de 2010
com o título “Mockingjay”, tendo sido publicada a primeira edição portuguesa em
novembro de 2011. Este livro lança-nos por uma verdadeira vertigem de emoções.
Sendo narrado na primeira pessoa, como os anteriores, acompanhamos, uma vez
mais, a construção psicológica (ou será a desconstrução?) da protagonista.
Começa o livro num estado emocionalmente frágil, encontrando apenas no ódio e
no rancor forma de se manter viva. E é interessante ver a sua evolução. Mesmo
quando parece que já não é o seu motivo de ódio que a mantém viva, isso é-nos
relembrado. O seu objetivo final é matar X. E é curioso o resultado final da
guerra.
Há
um grande tema neste livro, sobre o qual nos podemos debater: os efeitos do
poder. Com efeito, mais que organização da resistência, ao lê-lo deveríamos
sempre perguntar-nos: até onde estão os mais poderosos (do lado da resistência
ou não) dispostos a ir para manterem o seu poder? Para se manterem influentes e
poderosos? E de que modo os perdedores podem usar isso mais ou menos a seu
favor?
Quanto
à trilogia em si, ela remete-nos para a queda dos poderosos que ascendem e se
mantêm no alto do poder com base na repressão e subjugação de uma franja
alargada de pessoas. Com efeito, mesmo que subjugadas e controladas, há sempre
meio de escapar à submissão e os veículos desta podem por vezes flexibiliza-la,
ainda que de uma forma incipiente, é o suficiente para acender um rastilho.
Sem comentários:
Enviar um comentário