"Ler é sonhar pela mão de outrem. Ler mal e por alto é libertarmo-nos da mão que nos conduz. A superficialidade na erudição é o melhor modo de ler bem e ser profundo."
Bernardo Soares
Livro do Desassossego

sábado, 22 de novembro de 2014

Jogo de Espelhos, de Agatha Christie


Publicado em 1952 com o título "They do it with mirrors", "Jogo de Espelhos" é o 12.º livro da série "Marple", da autoria de Agatha Christie. 

Um entrançado interessante, em que Miss Marple, ao contrário do quem vem acontecendo em alguns livros da saga, assume um papel ativo na investigação do homicídio, em casa de uma grande amiga de infância. Uma família de pessoas onde existem mais ressentimentos e ódios entre todos, do que espírito de união familiar, tendo como "cereja no topo do bolo" a existência de um asilo para jovens deliquentes, que muitos querem usar como bode expiatório do crime cometido.

Não será o melhor livro da saga, mas sem dúvida que é um daqueles a não perder. 

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

A Virgem, de Luís Miguel Rocha


Sendo um dos autores portugueses que mais aprecio, este é um livro "fora do baralho" do que costumam ser as suas obras. Segundo uma nota do próprio autor no final do livro, o primeiro capítulo deste foi escrito aos seus 16 anos, inspirado e embebido no estilo de José Saramago. 

Um narrador ausente, mas em constante diálogo com o leitor, cativa-o de incessante forma a conhecer melhor a história e as estórias dos Silveira e dos "Condes". Mergulhando a narrativa em constantes analepses, trazem-nos ao presente narrativo as circunstâncias que justificam determinado acontecimento. E subitamente o livro termina. Com bastantes "pontas soltas", e com a certeza que esta história terá uma continuação. Que esperemos que nos chegue brevemente... 

Este livro é a prova da versatilidade e do génio criativo que é Luís Miguel Rocha. 

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

D. Maria a empregada de Cavaco, de António Ribeiro


Lançado em março de 2012, este é o segundo livro de António Ribeiro com a crítia a uma personagem política portuguesa. O seu alvo foi nada mais nada menos que o próprio presidente da República, Cavaco Silva. É uma narrativa presente, em que D. Maria, a cozinheira e empregada de limpeza do Palácio de Belém, nos trás o dia-a-dia de um presidente (im)parcialmente político, pelas próprias descrições que esta faz dele. Com uma admiração inata por Cavaco Silva, D. Maria traz-nos uma rotina diária pontuada de aspetos humorísticos, em que as maiores gaffes de Cavaco (como as suas duas reformas que não lhe chegam para as despesas) são aqui amplamente dissecadas.