Publicado
pela primeira vez em 1961 com o nome “O Cristo Cigano ou a Lenda do Cristo
Cachorro”, vai atualmente apenas na 5.ª edição, uma vez que a poeta, durante
muitos anos, achou esta uma obra menor da sua produção, e a foi negligenciando.
É um
livro poema que se lê de um trago. Ou por outra, saboreia-se de um trago.
Porque poesia e a poesia de Sophia não se leem – saboreiam-se. Talvez seja a
mais pequena obra da poeta – apenas onze poemas, cujo maior tem 14 estrofes, e
a sua grande maioria terá quatro ou cinco.
Uma
obra pequena ao mesmo tempo que é uma grande obra que não se consegue descrever
ou opinar. Quem a quiser conhecer, terá de a ler, num dia em que se sinta com
um espírito aberto à manifestação do eu poético que emana desta obra.
VII
TREVAS
O que foi antigamente manhã limpa
Sereno amor das coisas e da vida
É hoje busca desesperada busca
De um corpo cuja face me é oculta.